A importância de ser na família onde deve ser criado e desenvolvido o respeito pelos valores e serem preparadas as crianças para os desafios do futuro foi destacada em 2017, em Luanda, pela primeira-dama de Angola, Ana Dias Lourenço. Tem toda a razão. Mesmo sabendo-se que Angola tem números assustadores na mortalidade infantil, mesmo sabendo-se que temos 20 milhões de pobres.
A primeira-dama falava para 700 crianças de 22 centros, entre lares de acolhimento e de igrejas da província de Luanda, que participaram numa festa de Natal denominada “A roda do amor – Um Natal para a vida”, que contou com a presença do Presidente da República, João Lourenço.
Ana Dias Lourenço lembrou ser necessário que se ensine desde cedo às crianças o primado da razão, o sentido de responsabilidade, a disciplina, o espírito de grupo e de entre-ajuda, amor ao próximo, respeito aos mais velhos e outros valores equivalentes para que aprendam que para cada direito existe um dever e que há mais alegria em dar do que em receber.
Na sua intervenção frisou que é nesta altura do ano que as famílias procuram reunir todos os seus membros num mesmo lugar de modo a reforçar os laços de amizade, fraternidade e de respeito.
Ana Dias Lourenço chamou a atenção dos meninos para o facto de família não ser só os pais e irmãos, mas todos aqueles que lhes dão carinho e amor, que lhes querem bem, que tomam conta deles, que ensinam coisas boas e que os prepara para o futuro.
Aos adultos presentes reiterou que as crianças constituem uma das prioridades consagradas na Constituição e em outras leis do país, como a lei sobre a protecção e desenvolvimento integral, tendo o Estado assumido, com as agências das Nações Unidas e seus parceiros sociais os 11 compromissos relativos ao bem-estar das crianças.
Prioridades consagradas desde sempre na Constituição mas que, recorde-se, não evitaram que poucos tenham muitos milhões e que muitos milhões tenham pouco ou… nada. Tal como não evitaram que Angola tenha os tais aterradores índices de mortalidade infantil.
Ana Dias Lourenço reforçou que a criança deve continuar a ser contemplada como prioridades nos programas do Executivo e a coordenação e concertação de acções a seu favor, devendo ser garantidas por meio de uma plataforma multi-sectorial que congrega em torno da resolução dos seus problemas os diversos actores da sociedade civil e os parceiros internacionais de desenvolvimento.
“O Executivo deve por sua vez reforçar e melhorar a oferta dos serviços essenciais em prol do bem-estar da criança angolana, dando particular atenção à educação”, disse Ana Dias Lourenço, certamente aplaudida pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço.
As crianças presentes, que vivem institucionalizadas em lares de infância e centros de acolhimento da província de Luanda, participaram em actividades divididas em quatro tendas: cantinho do saber, das artes, do desporto e do falar bonito.
A primeira-dama desejou a todas as crianças de Angola, em particular as presentes que representam as de todos país, um feliz natal e um ano novo de prosperidade.
No final da peça de teatro, que contou com a participação da primeira-dama, o Presidente da República desejou que as crianças sejam felizes e que saibam que mais importante que receber é dar, é ajudar o mais fraco e confortar o amigo que está doente ou a sofrer.
A actividade, que decorreu no Escola Nacional de Formação de Técnicos do Serviço Social, no município de Cacuaco, terminou com a entrega de presentes às crianças feita pelo casal presidencial.
Não fosse, mas afinal é, o triste facto de 44 anos depois a maioria do nosso povo continuar a passar fome, continuar a ser gerado com fome, continuar a nascer com fome e a morrer pouco depois com fome… se calhar o Natal faria mais sentido.
No entanto, os que têm, pelo menos, três refeições por dia (superiormente representados por João Lourenço) vão ter, certamente, um bom Natal. Quanto aos milhões que nem um prato de pirão têm, para esses haverá mais do mesmo em 2020.
Boas Festas Presidente João Lourenço, e família. Boas Festas para todos os que sabem que se não vivem para servir… não servem para viver.